sexta-feira, 4 de setembro de 2009

CIPA E A PREVENÇÃO

CIPA E A PREVENÇÃO

FALA-SE EM PREVENÇÃO NA SAÚDE, CONSIDERANDO SE OS ASPECTOS FÍSICOS, FALA-SE ATÉ EM PREVENÇÃO DAS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS, MAS QUANTO AOS MALES ESPIRITUAIS, COMO FAZER A PREVENÇÃO ???

Com certeza se perguntarmos aos mais variados tipos de pessoas, todas ou quase todas, independentemente de sua religião ou credo, enfatizarão que o homem está alicerçado na tricotomia, ou seja o Homem é formado por Espírito, Alma e Corpo.



Certo conto diz que quando Einstein era ainda um jovem, foi questionado por seu professor sobre o fato de ter Deus criado todas as coisas, dizendo que se Deus havia criado todas as coisas, havia também criado o Mal, ao que sabiamente Einstein teria respondido, que Não há frio, o frio é a ausência de Calor, enfatizou também que não há escuridão, a escuridão é a ausência completa da Luz, complementou então com muita profundidade que o Mal não foi criado por Deus, o Mal é a Ausência de Deus.

Se o mal é a ausência de Deus, com certeza, os males espirituais são conseqüência da ausência de Deus.

Infelizmente podemos observar reações distintas por parte do ser humano, em relação às doenças físicas, psíquicas e espirituais vejamos como:



Caso o ser humano, tenha um começo de infarto, ou tenha problemas nos tendões, com certeza irá apressadamente procurar um Hospital, Emergência, passando de preferência por um cardiologista ou ortopedista se for o caso, Ele sabe que se não se tratar, corre um sério risco de morte.



De maneira mais amena, se o ser humano passar por um problema Psíquico, relutará em se conscientizar que tem um problema e que precisa se tratar. O ser humano muitas vezes acha que os problemas da alma se curam sozinhos. Porém quando a Síndrome do pânico, a Esquizofrenia, o transtorno Bipolar, entre outros problemas psíquicos começam a trazer problemas aos aspectos físicos da vida deste indivíduo, mesmo relutante, ele decide procurar um Psicólogo, ou mesmo um Psiquiatra. Com certeza serão necessários remédios ou terapias para se perpetuar à cura e evitar um mal maior.



Se para os problemas da Alma ( Psíquicos), já há uma relutância na busca de uma solução para a doença, o que não dizer então das doenças e males espirituais ???

Infelizmente muitas pessoas chegam até mesmo ao suicídio, sem se dar conta que está passando por um problema espiritual, e da mesma forma que ela necessita de um médico, para tratar de sua doença psíquica ou física, ela com certeza precisará de um médico para tratar de seu problema espiritual.

Talvez você me pergunte, como agendar uma consulta com este médico ?, qual o endereço dele ? , a que horas ele está disponível ?, ele fornece receita ?, Quanto Ele cobra ?.

Pois bem lá vão as respostas, É facílimo agendar uma consulta com este médico, não precisa se deslocar, não precisa telefonar, basta você buscar em sua agenda a palavra Oração. A oração pode ser feita, de Joelhos, sentado, de pé, e até mesmo deitado. Bem o endereço dele, é uma incógnita, ele está assentado ao lado de Deus, no céu, mas também está neste momento dentro de seu coração. Ele fica disponível 24 Horas por dia, e pode atender pessoas na Índia, Ásia, Rússia, Japão e Brasil, simultaneamente. Com certeza Ele já prescreveu a Receita, ela se chama Bíblia Sagrada, e possui um tópico para cada tipo específico de doença. Quanto ao Preço, você não precisa se preocupar, pois este médico já pagou o preço por você, na Cruz, o nome dele é JESUS.

Texto de Airton Mendes da Hora

quinta-feira, 23 de abril de 2009

ANÁLISE BÍBLICA DO NOVO TESTAMENTO II



ANÁLISE BÍBLICA DO NOVO TESTAMENTO II

LIVRO: LOHSE. Eduard, Contexto e Ambiente do Novo testamento, Ed. Paulinas – SP - 2000


1)Conforme o capítulo 1 nº3 das páginas 18 a 25, explique o que significa a “Palestina sob domínio Sírio” e diga com suas palavras qual a importância da “Luta dos Macabeus pela Libertação”.

Depois de aproximadamente um século de vida dos judeus sob o domínio dos Ptolomeus, Antíoco III (o Grande) da Síria conquistou a Síria e a Palestina aos Ptomeus do Egito (198 AC). Os governantes sírios eram chamados selêucidas porque seu reino, construído sobre os escombros do império de Alexandre, fora fundado por Seleuco I (Nicator). Durante os primeiros anos de domínio sírio, os selêucidas permitiram que o sumo sacerdote continuasse a governar os judeus de acordo com suas leis. Todavia, surgiram conflitos entre o partido helenista e os judeus ortodoxo. Antíoco IV (Epifânio) aliou-se ao partido helenista e indicou para o sacerdócio um homem que mudara seu nome de Josué para Jasom e que estimulava o culto a Hércules de Tiro. Jasom, todavia, foi substituído depois de dois anos por uma rebelde chamado Menaém (cujo nome grego era Menelau). Quando partidários de Jasom entraram em luta com os de Menelau, Antíoco marcho contra Jerusalém, saqueou o templo e matou muitos judeus (170 AC). As liberdades civis e religiosas foram suspensas, os sacrifícios diários forma proibidos e um altar a Júpiter foi erigido sobre o altar do holocausto. Cópias das Escrituras foram queimadas e os judeus foram forçadas a comer carne de porco, o que era proibido pela Lei. Uma porca foi oferecida sobre ao altar do holocausto para ofender ainda mais a consciência religiosa dos judeus.

Houve constantes lutas até que a Palestina caiu sob o domínio da Síria, mas o que mais importa para compreensão do Novo Testamento é a figura de Antíoco Epifanio (176-164) e os seus atos. O seu nome significa “deus manifesto”.

Quando o rei anterior à Antíoco IV, chamado Antíoco III tinha derrotado os egípcios (Ptolomeus), já os judeus estavam divididos em duas facões: A casa de Onias (Pró-Egito) e a casa de Tobias (Pró-Siria). Quando subiu Antíoco IV, rei da Siria, substituiu o sumo sacerdote judeu Onias III, pelo irmão deste Jasom, helenizante, o qual planejava transformar Jerusalém em uma cidade grega.

Foi erigido um ginásio com pista de corrida. Ali se praticavam corridas despidos, à moda grega, isto era um ultraje para os judeus piedosos. As competições eram inauguradas com invocações feitas as divindades pagãs, participando até sacerdotes judeus. A helenização incluía a freqüência aos teatros gregos, vestes aos estilo grego, a cirugia que removia a marcas da circuncisão e a mudança de nomes hebreus por gregos. Os que se opunham a esta paganização eram os “hasidim”ou “os piedosos”, a grosso modo seriam os puritanos.

Jasom o sacerdote helenizante foi substituído por outro judeu helenizante que parece não ter pertencido a uma familia sacerdotal, este pagou um tributo mais elevado (simonia), o nome deste era Melenau.

Antíoco tenta anexar o Egito ao seu dominio mas termina falhando. Isto chega aos ouvidos de Jasom de que Antíoco era morto. Jasom retornou a Jerusalém retirou Melenau do controle da cidade. Antíoco na sua volta interpretou isto como uma revolta de Jasom e enviou seus soldados a reintegrarem Melenau e saquearam a cidade e o templo de Jerusalém e passaram ao fio de espada os seus habitantes.

Dois anos mais tarde (168 AC), Antíoco enviou seu general Apolonio com um exército de 22 mil homens para coletar tributo, tornar ilegal o judaísmo e estabelecer o paganismo à força e assim consolidar o seu império e refazer o seu tesouro. Os soldados saquearam Jerusalém, incendiaram a cidade, os homens mortos e as mulheres escravizadas.

Novas leis e Proibições: Ofensa capital é circuncidar-se; proibido observar o sábado; celebrar festas judaicas, possuir copias do Antigo Testamento. Os sacrifícios pagãos tornaram-se compulsórios. Foi eregido um altar consagrado a Zeus, possivelmente no templo. Foram sacrificados animais imundos no altar e a prostituição sagrada passou a ser praticada no templo de Jerusalém.

Não demorou muito para que os judeus oprimidos encontrassem um líder para sua causa. Quando os emissários de Antíoco chegaram à vila de Modina, cerca de 24 quilômetros a oeste de Jerusalém, esperavam que o velho sacerdote, Matatias, desse bom exemplo perante o seu povo, oferecendo um sacrifício pagão. Ele, porém, além de recusar-se a fazê-lo, matou um judeu apóstata junto ao altar e o oficial sírio que presidia a cerimonia. Matatias fugiu para a região montanhosa da Judéia e, com a ajuda de seus filhos, empreendeu uma luta de guerrilhas contra os sírios. Embora os velho sacerdote não tenha vivido para ver seu povo liberto do jugo sírio, deixou a seus filhos o término da tarefa. Judas, cognominado “o Macabeu”, assumiu a liderança depois da morte do pai. Por volta de 164 AC Judas havia reconquistado Jerusalém, purificado o templo e reinstituído os sacrifícios diários. Pouco depois das vitórias de Judas, Antíoco morreu na Pérsia. Entretanto, as lutas entre os Macabeus e os reis selêucidas continuaram por quase vinte anos. Aristóbulo I foi o primeiro dos governantes Macabeus a assumir o título de “Rei dos Judeus”. Depois de um breve reinado, foi substituído pelo tirânico Alexandre Janeu, que, por sua vez, deixou o reino para sua mãe, Alexandra. O reinado de Alexandra foi relativamente pacífico. Com a sua morte, um filho mais novo, Aristóbulo II, desapossou seu irmão mais velho. A essa altura, Antípater, governador da Iduméia, assumiu o partido de Hircano, e surgiu a ameaça de guerra civil. Conseqüentemente, Roma entrou em cena e Pompeu marchou sobre a Judéia com as suas legiões, buscando um acerto entre as partes e o melhor interesse de Roma. Aristóbulo II tentou defender Jerusalém do ataque de Pompeu, mas os romanos tomaram a cidade e penetraram até o Santo dos Santos. Pompeu, todavia, não tocou nos tesouros do templo.

Neste período houve em torno de oito guerras. Judas Macabeus morreu na sétima luta sendo sucedido por Jônatas o quinto mais jovem filho de Matatias.

A revolta começou com Matatias, sacerdote de Modim (167). Após a sua morte seu filho Judas (166-161) continuou a luta com seis mil homens. Quando Antíoco mandou sessenta mil homens para subjugá-lo, Judas mandou os temerosos para a casa. Com três mil homens derrotaram os sírios.

Em seguida Judas entrou em Jerusalém e reedificou o templo (25 de dezembro de 166 AC). A festa da dedicação foi instituida no ano 164 (Cf.Jo:10:22).

O significado da opressão siria e a revolta dos macabeus: restaurou a nação da decadência política e religiosa. Criou um espírito nacionalista, uniu a nação e suscitou virilidade. Deu um novo impulso ao judaísmo, isto pode ser percebido na purificação moral e espiritual do povo; na onda da literatura apocalíptica e numa nova e intensa esperança messiânica.

Intensificou-se o desenvolvimento dos dois movimentos que se tornaram os fariseus e os saduceus. Os primeiros surgiram do grupo purista e nacionalista e os saduceus surgiram do grupo que se aliou com os helenistas.

Houve um ímpeto maior da diáspora onde muitos judeus queriam ausentar-se durante as perseguições de Antíoco.

2) Comente os grupos e Comunidades no Judaísmo Palestino (Pg 66 a 111) dentro da seguinte perspectiva: o que acreditavam e qual teologia defendiam os:

a- Os Saduceus
Saduceus (grego: Saddoukaios; hebraico: bnê Sadôq, sadoquitas) é a designação da segunda escola filosófica dos judeus, ao lado dos fariseus.
Também para esta seita ou partido é difícil determinar a origem. Sabemos que existiu nos últimos dois séculos do Segundo Templo, em completa discórdia com os fariseus. O nome parece proceder de Sadoc, hierarca da família sacerdotal dos filhos de Sadoc, que segundo o programa ideal da constituição de Ezequiel devia ser a única família a exercer o sacerdócio na nova Judéia. De modo que, dizer saduceus era como dizer "pertencentes ao partido da estirpe sacerdotal dominante". Diferiam dos fariseus por não aceitarem a tradição oral. Na realidade, parece que a controvérsia entre eles foi uma continuação dessa hostilidade que havia começado no templo dos macabeus, entre os helenizantes e os ortodoxos. Com efeito, os saduceus, pertencendo à classe dominadora, tendo a miudo contato com ambientes helenizados, estavam inclinados a algumas modificações ou helenizações. O conflito entre estes dois partidos foi o desastre dos últimos anos da Jerusalém judia.
Suas doutrinas são quase desconhecidas, não havendo ficado nada de seus escritos. A Bíblia afirma que eles não criam na ressurreição, tendo até tentado enlaçar Jesus com uma pergunta ardilosa sobre esse conceito. Com muita probabilidade, ainda que rechaçando a tradição farisaica, possuiram uma doutrina relativa à interpretação e à aplicação da lei bíblica. O único que nos oferece alguns dados sobre suas doutrinas é Flávio Josefo que, por ser fariseu e por haver escrito para o público greco-romano, não é digno de muita confiança.
Parece provável que as divergências entre saduceus e fariseus foram mais que dogmáticas, foram jurídicas e rituais. Com a queda de Jerusalém, a seita dos saduceus extinguiu-se. Ficaram porém suas marcas em todas as tendências anti-rabínicas dos primeiros séculos (D.C.) e da época medieval.
b- Os Fariseus
Fariseu (do hebraico פרושים) é o nome dado a um grupo de judeus devotos à Torá, surgidos no século II a.C.. Opositores dos saduceus, criam uma Lei Oral, em conjunto com a Lei escrita, e foram os criadores da instituição da sinagoga. Com a destruição de Jerusalém em 70 d.C. e a queda do poder dos saduceus, cresceu sua influência dentro da comunidade judaica e se tornaram os precursores do judaísmo rabínico.
Sua oposição ferrenha ao Cristianismo rendeu-lhes através dos tempos uma figura de fanáticos e hipócritas que apenas manipulam as leis para seu interesse. Esse comportamento deu origem à ofensa "fariseu", comumente dado às pessoas dentro e fora do Cristianismo, que são julgados como religiosos aparentes.
Origens e história
A origem mais próxima do nome fariseu está no latim pharisaeus, que por sua vez deriva do grego antigo ϕαρισαῖος, assentado no hebraico פרושים prushim . Esta palavra vem da raiz parash que basicamente quer dizer "separar", "afastar". Assim, o nome prushim ou perushim é normalmente interpretado como "aqueles que se separaram" do resto da população comum para se consagrar o estudo da Torá e das suas tradições. Todavia, sua separação não envolvia um ascetismo, já que julgavam ser importante o ensino à população das escrituras e das tradições dos pais.
A origem mais provável dos perushim é que tenham surgido do grupo religioso judaico chamado hassidim (os piedosos), que apoiaram a revolta dos macabeus (168-142 a.C.) contra Antíoco IV Epifânio, rei do Império Selêucida, que incentivou a eliminação de toda cultura não-grega através da assimilação forçada e da proibição de qualquer fé particular. Uma parte da aristocracia da época e do círculos dos sacerdotes apoiaram as intenções de Antíoco, mas o povo em geral, sob a liderança de Yehudah Makkabi (Judas Macabeu) e sua família revoltou-se.
Os judeus conseguiram vencer os exércitos helênicos e estabelecer um reino judaico independente na região entre 142 a.C.- 63 a.C., quando então foram dominados pelos romanos. Durante este período de 142-63 a.C., a família dos macabeus estabeleceu-se no poder e iniciou uma nova dinastia real e sacerdotal, dominando tanto o poder secular como o religioso. Isto provocou uma série de crises e divisões dentro da sociedade israelita da época, visto que pela suas origens os Macabeus (também conhecidos pelo nome de família como Asmoneus) não eram da linhagem de Davi, não podendo assim ocupar o trono de Israel, e também não eram da linhagem sacerdotal araônica.
Grupos reacionários apareceram dentro da sociedade judaica, tentando restabelecer o seu prestígio e poder, ou pelo menos o que eles consideravam como certo segundo a Lei e tradições judaicas. Assim, foi nesta época que provavelmente apareceram: 1) Os tzadokim (saduceus), clamando ser os legítimos descendentes de Tzadok e portanto os legítimos detentores do sumo-sacerdócio e da liderança religiosa em Israel; 2) os perushim (fariseus), oriundos dos hassidim que, geralmente, desiludidos com a política, voltaram-se para a vida religiosa e estudo da Torá, esperando pela vinda do Messias e do reino de Deus; 3) e os Essênios, oriundos provavelmente também dos "Hassidim" e de um grupo de sacerdotes descontentes com a situação que se afastaram da sociedade judaica em geral e foram viver uma vida de total consagração ao Criador na região do deserto a fim de preparar o caminho para a vinda do Rei Messias .
Os perushim agrupavam-se em "havurot", associações religiosas que tinham os seus líderes e suas assembléias, e que tomavam juntos as suas refeições. Segundo Flávio Josefo, historiador judeu do 1º século d.C., o número de perushim na época era de pouco mais de seis mil pessoas (Antigüidades Judaicas 17, 2, 4; § 42). Eles estavam intimamente ligados à liderança das sinagogas, ao seu culto e escolas. Eles também participavam como um grupo importante, ainda que minoritário, do Sinédrio, a suprema corte religiosa e política do Judaísmo da época. Muitos dentre os "perushim" tinham a profissão de sofer (escriba), ou seja, a pessoa responsável pela transmissão escrita dos manuscritos e da interpretação dos mesmos. Duas escolas de interpretação religiosa se desenvolveram no seio dos perushim e se tornaram famosas: a escola de Hillel e a escola de Shammai. A escola de Hillel era considerada mais "liberal" na sua interpretação da Lei, enquanto a de Shamai era mais "estrita".
O cristianismo perpretou através da história uma visão estereotipada dos "perushim" junto aos escribas e saduceus, como os adversários de Jesus, que ataca duramento seu orgulho, sua avareza, sua hipocrisia e, sobretudo, o perigo de crer que a salvação vem da lei.
No entanto os "perushim" eram uma seita de grande influência em Israel devido ao ensino religioso e político. Aceitavam a Torá escrita e as tradições da Torá oral, na unicidade do Criador, na ressurreição dos mortos, em anjos e demônios, no julgamento futuro e na vinda do rei Messias. Eram os principais mestres nas sinagogas, o que os favoreceu como elemento de influência dentro do judaísmo após a destruição do Templo. São precursores por suas filosofias e idéias do judaísmo rabínico. polis
c- Os Zelotas
O termo zelota ou zelote (em língua hebraica "kanai"; em língua grega, "zẽlõtẽs") significa literalmente alguém que é ciumento em nome de Deus, ou seja, alguém que demonstra excesso de zelo. Apesar de a palavra designar em nossos dias alguém com excesso de entusiasmo, a sua origem prende-se ao movimento político judaico do século I que procurava incitar o povo da Judéia a rebelar-se contra o Império Romano e expulsar os romanos pela força das armas, que conduziu à Primeira Rebelião Judaica (66-70).
História
A seita foi estabelecida por Judas, o Galileu, que liderou uma revolta contra a dominação Romana no ano 6, rejeitando o pagamento de tributo pelos israelitas a um imperador pagão, sob a alegação de que tal ato era uma traição contra Deus, o verdadeiro rei de Israel. Foram denominados como zelotas por seguirem o exemplo de Matatias, seus filhos e seguidores, que externaram o seu zelo pela a lei de Deus quando Antíoco IV Epifânio tentou suprimir a religião judaica, assim como o exemplo de Finéias, que também demonstrou o seu zelo no deserto, durante uma época de apostasia (Nm 25:11; Sl 106:30).
Após a revolta de 6 ter sido sufocada, os membros da família de Judas e seus seguidores conservaram vivo o espírito de resistência aos Romanos. Dois dos filhos de Judas foram crucificados pelo procurador Alexandre (c. 46), enquanto que um terceiro filho, Manaém, foi o líder da Primeira Rebelião Judaica (66-70). O último baluarte Zelota, Massada, caiu em Maio de 73, mas, mesmo depois, o seu espírito não foi extinto.
Os zelotas continuaram a opor-se aos romanos, argumentando que Israel pertencia apenas a um rei judaico descendente do Rei Davi.
Outras facções importantes durante as lutas contra Roma foram os fariseus, os saduceus e os essénios.
A seita dos Zelotas é referida por Flávio Josefo como vil, que a responsabiliza pela incitação da revolta que conduziu à destruição de Jerusalém e do Templo de Salomão, referenciais para a cultura e religião judaicas.
Um dos apóstolos de Jesus Cristo é referido como "Simão, o Zelote" (Lc 6:15 e At 1:13), ou por causa de seu zeloso temperamento ou por causa de alguma anterior associação com o partido dos Zelotas. Paulo, referindo a si mesmo, afirma que foi um zelote religioso (At 22:3; Gl 1:14), enquanto que os muitos membros da igreja de Jerusalém são descritos como "todos são zelosos da lei" (At 21:20).
d- Os Essênios
Os Essênios (Issi'im) ou Essénios, na grafia portuguesa européia, constituíam um grupo ou seita judaica ascética que teve existência desde mais ou menos o ano 150 a.C. até o ano 70 d.C. Estavam relacionados com outros grupos religioso-políticos, como os saduceus.
O nome essênio provém do termo sírio asaya, e do aramaico essaya ou essenoí, todos com o significado de médico, passa por orum do grego (grego therapeutés), e, finalmente, por esseni do latim. Também se aceita a forma esseniano.
História
Durante o domínio da Dinastia Hasmonéa, os essênios foram perseguidos. Retiraram-se por isso para o deserto, vivendo em comunidade e em estrito cumprimento da lei mosaica, bem como da dos Profetas. Na Bíblia não há menção sobre eles. Sabemos a seu respeito por Flávio Josefo (historiador oficial judeu) e por Fílon de Alexandria (filósofo judeu). Flávio Josefo relata a divisão dos judeus do Segundo Templo em três grupos principais: Saduceus, Fariseus e Essênios. Os Essênios eram um grupo de separatistas, a partir do qual alguns membros formaram uma comunidade monástica ascética que se isolou no deserto. Acredita-se que a crise que desencadeou esse isolamento do judaísmo ocorreu quando os príncipes Macabeus no poder, Jonathan e Simão, usurparam o ofício do Sumo Sacerdote, consternando os judeus conservadores. Alguns não podiam tolerar a situação e denunciaram os novos governantes. Josefo refere, na ocasião, a existência de cerca de 4000 membros do grupo, espalhados por aldeias e povoações rurais.
Adotaram uma série de condutas morais que os diferenciavam dos demais judeus:
• vestiam-se sempre de branco;
• aboliam a propriedade privada;
• eram vegetarianos;
• contrários ao casamento;
• tomavam banho antes das refeições;
• a comida era sujeita a rígidas regras de purificação.
Não tinham amos nem escravos. A hierarquia estabelecia-se de acordo com graus de pureza espiritual dos irmãos, os sacerdotes que ocupassem o topo da ordem.
Dentre as comunidades, tornou-se conhecida a de Qumran, pelos manuscritos em pergaminhos que levam seu nome, também chamados Pergaminhos do Mar Morto ou Manuscritos do Mar Morto. Segundo Christian Ginsburg (historiador orientalista), os essênios foram os precursores do Cristianismo, pois a maior parte dos ensinamentos de Jesus, o idealismo ético, a pureza espitirual, remetem ao ideal essênio de vida espiritual. A prática da banhar-se com frequência, segundo alguns historiadores, estaria na origem do ritual cristão do Batismo, que era ministrado por São João Batista, às margens do Rio Jordão, próximo a Qumram.
e- Os Terapeutas
Os Terapeutas (palavra que significa, segundo Fílon, "curandeiros" e, para o Pseudo-Dionísio, "servidores") e as Therapeutridae (as seguidoras da Ordem) constituíam uma Ordem cenobítica do Cristianismo primitivo, que conhecemos actualmente através dos escritos do escritor judeu helenizado Fílon de Alexandria que dela teve conhecimento pessoal no Lago Mareotis, perto de Alexandria, e que a caracteriza como vocacionada para a vida contemplativa, em contraste com a vida activa dos Essénios.
Dedicavam-se a práticas ascéticas, à oração, meditação e leitura das escrituras, em regime de clausura.
f- A Comunidade Qumrã
Qumran, Khirbet Qumran, “ruína da mancha cinzenta”, é um sítio arqueológico localizado na margem noroeste do Mar Morto, a 12 km de Jericó, a cerca de 22 quilômetros a leste de Jerusalém na costa do Mar Morto, em Israel.
Situado na fissura do Mar Morto entre dois barrancos profundos, em uma área onde atividades tectônicas são freqüentes e a precipitação média anual é muito baixa.
O meio ambiente atual é árduo e difícil para o cultivo; mas foi precisamente o clima árido e a inacessibilidade do local que contribuiu significativamente para preservação de estruturas e de materiais arqueológicos encontrados na região.
Nessa região há aproximadamente 330 dias de sol por ano e praticamente não há precipitações. O ar é tão seco e quente que a água das evaporações é seca imediatamente no ar, criando uma névoa e resultando em um cheiro de enxofre.
Qumran tornou-se célebre em 1947 com a descoberta de manuscritos antigos que ficaram conhecidos como os Manuscritos do Mar Morto.
Em 1947, os primeiros manuscritos foram encontrados em uma caverna às margens do Mar Morto por um jovem beduíno que cuidava de um rebanho de ovelhas. A notícia do achado espalhou-se rapidamente após a venda e aquisição dos primeiros manuscritos. De imediato a comunidade científica interessou-se pelo achado.
A “École Biblique et Archéologique Française de Jerusalém” desenvolveu pesquisas em Qumran e arredores desde o final da década de 40 até 1956. O chefe da equipe, no período de 1951 a 1956 foi o frei dominicano Roland Guérin de Vaux (1899-1971).
Aproximadamente 930 fragmentos de manuscritos hebraicos, aramaicos e gregos foram encontrados em onze cavernas em Qumran, datando de 250 a.C. ao século I da Era Cristã.
Arqueologia
A arqueologia distingue três fases de ocupações:
• Junto a uma aguada fortificada do séc. VIII-VII a.C., ocorre uma ocupação essênia modesta antes de 100 a.C.; sob Alexandre Janeu, as instalações são ampliadas consideravelmente, passando a ser uma “fortaleza dos piedosos”. A estrutura comportava 200 a 300 pessoas. A colônia é abandonada após um terremoto em 31 a.C. e um incêndio.
• Ocupação sob Arquelau (4 a.C. – 6 d.C.), com ampliação das fortificações e reforço da segurança. Destruição das fortificações pela Legio X (68 d.C.); antes porém a monumental biblioteca é transferida às pressas para as cavernas das imediações.
• Guarnição romana (68 – 100 d.C.); base de operações dos seguidores de Bar Cochba, na II Guerra Judaica (132-135 d.C.).
g- Os Escribas
O escriba ou escrivão era a pessoa na Antiguidade que dominava a escrita e a usava para, a mando do regente, redigir as normas do povo daquela região ou de uma determinada religião.
Escribas na Bíblia
Nos livros sagrados para os cristãos e judeus, o termo escriba refere-se aos chamados doutores e mestres (cf. Mateus 22,35; Lucas 5,17), ou seja, homens especializados no estudo e na explicação da lei ou Torá. Embora o termo apareça pela primeira vez no livro de Esdras, sabe-se que tinham grande influência e eram muito considerados pelo povo, tendo existido escribas partidários de diferentes correntes, tais como os fariseus (a maioria), saduceus e essênios.
História
A classe começa a atuar ainda nos tempos do Antigo testamento, em que a figura do profeta perde o seu valor. Já no Novo testamento, é possível verificar que a maioria dos escribas se opõe aos ensinamentos de Jesus (cf. Marcos 14,1; Lucas 22,1), que os critica duramente por causa do seu proceder legalista e hipócrita (cf. Mateus 23,1-36; Lucas 11,45-52; 10,46-47), comparando-o ao dos fariseus, a corrente de escribas que representava a maioria.
Após o desaparecimento do templo de Jerusalém no ano 70, seguido do desaparecimento da figura do sacerdócio judaico, sua influência passaria a ser ainda maior.
Escribas de destaque
Alguns escribas ficariam famosos, tais como Hillel e Sammai (pouco antes de Jesus Cristo), tendo sido ambos líderes de tendências opostas na interpretação da lei, liberal o primeiro e rigoroso o segundo.
Gamaliel, discípulo de Hillel, foi mestre de Paulo (cf. Atos 22,3), tendo existido também outros escribas simpatizantes com os cristãos. (cf. Atos 5,34).
3) Conforme as págs 135 a 183 explique a importância do:

a- Culto do templo em Jerusalém
Os primeiros cristãos foram judeus. Por isso não admira que tenham tomado de sua matriz judaica muitos elementos para o seu culto. At 2,46 diz: "Dia após dia, unânimes, mostravam-se assíduos no templo e partiam o pão pelas casas, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração". Continuaram a participar do culto no templo de Jerusalém, acrescentando uma refeição cristã especial.
Mas pouco a pouco os cristãos entenderam que os sacrifícios do templo não eram mais necessários, visto que a morte de Jesus fora o sacrifício definitivo, oferecido pelos pecados uma vez por todas, Assim começaram a afastar-se do culto do templo, especialmente depois que surgiram conflitos entre judeus e cristãos. Mas por várias décadas muitos cristãos judeus continuaram a freqüentar as sinagogas. Paulo habitualmente começava a sua pregação pela sinagoga da cidade que . Visitava e ali participava do culto, en3uanto não fosse forçado a abandoná-la Particularmente dois aspectos do culto judaico influenciaram o culto cristão: a) o rito da Páscoa refletido na ceia do Senhor, e b) o serviço sinagogal que com sua leitura da Bíblia, orações e sermão serviu de modelo para o culto cristão primitivo (Hb 7,23-27; At 17,1-8).
b- As festas
Podemos verificar pelo estudo das Escrituras sobre as Festas que compõem os três grupos que:
1) A Festa da Páscoa (Pessach) tipificava a morte do MESSIAS, como remidor – o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29; 1 Pedro 1:18–21). Esta Festa cumpriu-se com a morte do MESSIAS (1 Coríntios 5:7,8).
2) A Festa dos Pães Ázimos (Matzot) tipificava:
1º) A humanidade perfeita (sem pecado) do MESSIAS (Hebreus 4:14-16; 1 Pedro 2:21-24 (aspecto já cumprido);
2º) A posição de santidade (aspecto já cumprido) e o modo de vida do crente no MESSIAS (1 Coríntios 5:7,8; 10:16,17).
3) A Festa das Primícias (Habicurim) tipificava a ressurreição do MESSIAS. Esta Festa cumpriu-se com a ressurreição do MESSIAS (Mateus 27:62 a 28:20; 1 Coríntios 15:16-23), que comparou-se com o grão de trigo que, caindo na terra, morre para produzir muito fruto (João 12:24).
4) A Festa das Semanas (Shavuot) tipificava o início da formação de um CORPO, que seria composto por judeus e gentios pecadores (com fermento) que creriam no MESSIAS como seu CORDEIRO PASCAL (Efésios 2:11 a 3:12). Esse organismo é chamado nas Escrituras de Igreja de Deus, o Corpo de Cristo (1 Coríntios 12:12–31). Esta Festa, cujo nome em grego é PENTECOSTE, cumpriu-se 53 dias após o cumprimento da FESTA DA PÁSCOA –a morte do MESSIAS– e também 50 dias após o cumprimento da FESTA DAS PRIMÍCIAS –a ressurreição do MESSIAS– (Atos 2:1–43).
5) A Festa das Trombetas (Shofarot) não teve o seu antítipo na História: é futura. Esta Festa tipifica, simultaneamente:
1º) O futuro despertar dos eleitos de Israel para o arrependimento e conversão nacionais, pelo “trombetear” do Evangelho do Reino pelos 144.000 israelitas (Mateus 23:37–39; 24:14–31; Apocalipse 7:1–8);
2º) O início do juízo da Tribulação para os gentios ou nações (Apocalipse 6:1–19:21);
3º) O Arrebatamento da Igreja – Corpo de Cristo (1 Coríntios 15:50–58; 1 Tessalonicenses 4:13–18).
6) A Festa do Dia da Expiação (Yom Kipur). Esta Festa tipifica, tanto na profecia do Antigo Testamento como na do Novo Testamento, o futuro dia, após o cumprimento da FESTA DAS TROMBETAS, em que o MESSIAS desviará de Jacó as impiedades, em virtude do Seu sacrifício do Calvário, quando o remanescente de Israel, sobrevivente da Tribulação, “olhando para aquele a quem traspassaram”, aceitar a ETERNA REDENÇÃO ou o “KIPUR” ETERNO, já provido no e pelo MESSIAS (Zacarias 12:10; 14: 1- 9; Mateus 23:37–39; Lucas 21:25–28; Apocalipse 16:12–15; 19:11–21).
7) A Festa dos Tabernáculos (Sucot) . o cumprimento dessa Festa é ainda futuro e ela tipifica:
1º) O REINO MESSIÂNICO – o futuro período quando, após o cumprimento da FESTA DAS TROMBETAS e da FESTA DO DIA DA EXPIAÇÃO, o MESSIAS estará reinando pessoal e fisicamente, com todos os ressuscitados - crentes do Antigo Testamento, da Igreja e os mártires da Tribulação, sobre o remanescente do povo de Israel e das nações (gentios), sobreviventes da Tribulação e convertidos ao MESSIAS, e o Templo será reconstruído. Dessa maneira haverá a celebração dessa Festa ao MESSIAS (Is. 24:23 a 27:13; Zc. 14: 1-21; Apocalipse 20: 1- 6);
c- A Sinagoga
A sinagoga pode ser considerada o elemento central da cultura e religião judaicas. Diversas atividades eram praticadas na sinagoga e não apenas o culto religioso. Segundo Flávio Josefo, historiador judeu, na sinagoga de Tiberíades, região situada às margens do mar da Galiléia (Jo 6.1), havia reuniões de natureza política. De fato, para melhor compreensão de algumas passagens do Novo Testamento, é importante saber o que é uma sinagoga judaica.

Origem

Por volta de 750 a.C., o reino foi dividido em dois: Israel, na região Norte, e Judá, na região Sul. Em 722 a.C., o reino do Norte foi devastado pelos assírios. Séculos depois, mais precisamente em 587 a.C., o reino do Sul foi conquistado pelos babilônios. Em 539 a.C., aqueles que regressaram à sua terra natal passaram, então, a ser chamados de judeus, por serem provenientes de Judá e da Judéia.

Foi depois do regresso do exílio na Babilônia que a religião que hoje conhecemos como judaísmo começou a se desenvolver. O culto era realizado na sinagoga, um hábito adquirido na Babilônia, devido à inexistência de um templo. O lugar servia como ponto de encontro dos judeus para orações e leitura das Escrituras. O termo “sinagoga”, do grego sunagoge, tecnicamente, significa “casa” ou “lugar de reunião”, do hebraico bêt knesset. Alguns estudiosos creditam a Esdras a responsabilidade da criação da sinagoga no contexto judaico, durante o exílio babilônico.

De acordo com recentes descobertas arqueológicas, a primeira sinagoga fundada nas Américas foi a Sinagoga Kahal Zur Israel, no Brasil, em 1637, cujas antigas ruínas se encontram cuidadosamente preservadas na cidade de Recife, no mesmo local onde foi, posteriormente, construído o Centro Cultural Judaico do Estado de Pernambuco.

A sinagoga no Novo Testamento

Champlim nos informa que “no tempo de Jesus havia sinagogas em qualquer vila. Em Jerusalém, existiam, aproximadamente, 480”. Jesus freqüentava, assiduamente, as sinagogas em Israel (Mt 4.23; 9.35; Lc 4.16-30; 13.10; Jo 6.59; 18.20, entre outros). Majoritariamente, a sinagoga era reservada às discussões voltadas ao judaísmo e, eventualmente, ainda que correndo alguns riscos, eram conferidas oportunidades para homilias livres: “E, depois da lição da lei e dos profetas, mandaram-lhes dizer os principais da sinagoga: Homens irmãos, se tendes alguma palavra de consolação para o povo, falai” (At 13.15).

As sinagogas foram pontos estratégicos para a difusão do evangelho pelos primeiros missionários cristãos: “E logo [Paulo] nas sinagogas pregava a Cristo, que este é o Filho de Deus” (At 9.20. V. tb. 13.5,40-42; 17.1,10,17; 18.4,26). Inegavelmente, Paulo soube fazer uso das sinagogas existentes na Grécia e na Ásia Menor, onde aproveitou a ocasião para anunciar as boas-novas aos gentios: “E eles, saindo de Perge, chegaram a Antioquia, da Pisídia, e, entrando na sinagoga, num dia de sábado, assentaram-se” (At 13.14. V. tb. 14.1; 18.1,4).

A sinagoga por dentro

As sinagogas são de uma beleza impressionante. Contudo, essa não é uma grande preocupação de seus arquitetos. A despeito desse aspecto estético exterior, há três fatores essenciais que devem ser rigorosamente observados no que se refere às mobílias de uma sinagoga:

Arca

Esse componente é tido como o “sacrário da Torá”, ou seja, nela é guardada os rolos da Torá, os cinco primeiros livros de Moisés, onde se baseiam as leituras aos sábados.

Bimá

É uma espécie de tribuna onde o ministrante faz a leitura da Tora e dos Profetas e profere bênçãos (da Torá) sobre os presentes. Esdras, ao ensinar a Palavra de Deus ao povo de Israel, ministrou sobre um estrado, o que equivaleria a uma tribuna das sinagogas atuais: “E Esdras, o escriba, estava sobre um púlpito de madeira, que fizeram para aquele fim; e estava em pé junto a ele...” (Ne 8.4).

Assentos

O assento mais importante é o que a Bíblia chama de “cadeira de Moisés”: “Então falou Jesus à multidão, e aos seus discípulos, dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus” (Mt 23.1,2). E era justamente nessa cadeira que se sentava o presidente da sinagoga. Segundo alguns, a distribuição dos assentos seguia uma ordem, uma organização. Por exemplo, os anciãos se sentavam próximo à Arca, de frente à platéia, os membros mais distintos à frente, os mais jovens atrás, e assim por diante.

Autoridades da sinagoga

Em uma sinagoga, há os oficiais que colaboram para o andamento satisfatório do agrupamento, e essa organização é de competência de pelo menos quatro representantes. São eles:

Os chefes da sinagoga

A ordem na sinagoga ficava sempre sob a responsabilidade do líder maior, o qual podemos designar de superintendente. A oração e a leitura da Torá ficavam sob a direção do chefe, que, caso quisesse, poderia escolher alguém para a explanação da ora (At 13.15).

Os anciãos

Obviamente, formavam uma assembléia sob a competência dos superintendentes. Eram, também, conhecidos como presbíteros (Lc 7.3).

Assistente

Quando Jesus concluiu a leitura de Isaías na sinagoga, devolveu o rolo das Escrituras ao assistente: “E [Jesus], cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro [assistente], assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos” (Lc 4.20,21) Ao assistente era delegado o trabalho de retirar os rolos escriturísticos e colocá-los em seus devidos lugares, além de outras atividades simples.

Liturgia na sinagoga

Como ocorre nas denominações religiosas atuais, o culto na sinagoga possuía uma liturgia basicamente assim:

Porções da Lei eram lidas por certo número de pessoas, usualmente sete.

Um discurso ou uma mensagem era pronunciado após a leitura dos profetas (Nebhim).

A recitação do Shemá (Dt 6.4).

A bênção, geralmente impetrada pelo superintendente da sinagoga.

Assim como Jesus “entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga” (Lc 4.16), seus fiéis têm a oportunidade de adorar a Santa Trindade em seus respectivos templos. E devem se alegrar por isso, tal como disse Davi: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor” (Sl 122.1).

d- Escritura, a Lei e Tradição
A literatura sagrada evoluiu gradativamente e foi cuidadosamente vigiada.
Os dez mandamentos escritos em tábuas de pedra, e que eram a constituição de Israel, foram guardados em uma arca, Ex 40.20. Os estatutos foram registrados no livro do pacto, 20.23, até cap. 23.33; 24.7. O livro da lei, escrito por Moises, era colocado ao lado da arca, Dt 31.24-26. A esta coleção se ajuntaram os escritos de Josué, Js 24. 26.
Samuel escreveu a lei do reino e a depositou diante do Senhor, 1Sm 10. 25. No tempo do rei Josias, o livro da lei do Senhor, o bem conhecido livro, foi encontrado no Templo e reconhecido pelo rei, pelos sacerdotes, pelo povo, pelas autoridades e pelos anciãos, 2Rs 22.8-20.
Do Livro encontrado se tiraram cópias, Dt 17.18-20. Os profetas reduziram as suas palavras a escrito, Jr 36.32, e eram familiarizados reciprocamente com os seus escritos que os citavam como padrões autorizados, Is 2.2-4; Mq 4.1-3.
A lei e os profetas eram tidos como produções autorizadas; inspiradas pelo Espírito Santo, e cuidadosamente guardadas por Jeová, Zc 1.4; 7.7,12.
A lei de Moisés compreendendo os cinco primeiros livros da Bíblia, circulava como uma porção distinta da literatura sagrada no tempo de Esdras em cujas mãos esteve, Ed 7.14, sendo douto no conhecimento dela, 6,11. A pedido do povo, ele leu publicamente no livro da Lei, Ne 8.1,5,8. Por este tempo, e antes do cisma, entre os judeus e os samaritanos, chegar a seu termo, o Pentateuco foi levado para Samaria.
O colecionamento dos profetas menores em um grupo de doze, é confirmado por Jesus, filho de Siraque, como em voga, no ano 200 A.C. Sua linguagem dá a entender a existência do grande grupo formado pelos livros de Josué, Juizes, Samuel, Reis, Isaías, Jeremias, Ezequiel e os doze profetas menores, que formavam a segunda divisão do cânon hebreu, caps. 46-49.
A existência da tríplice divisão das Escrituras em “Lei, Profetas e os outros que os acompanharam”; ou “a Lei, os Profetas e os outros livros”, ou, “a Lei, os Profetas e o resto dos livros”, é confirmada já no ano 182 A.C. juntamente com a existência de uma versão grega da mesma época, atestada pelo neto de Jesus, filho de Siraque.
O judeu Filo, que nasceu em Alexandria no ano 20 A.C. e ali morreu no reinado de Cláudio, possuía o cânon, e citou quase todos os livros, com exceção dos Apócrifos.
O Novo Testamento cita as “Escrituras” como escritos de autoridade religiosa, Mt 21.42; 26.56; Mc 14.49; Jo 10.35; 2Tm 3.16, como livros santos em Rm 1.2; 2Tm 3.15, e como Oráculos de Deus, em Rm 3.2; Hb 5.12; 1Pe 4.11; e menciona a tríplice divisão em Moisés, Profetas e Salmos, em Lc 24.44, cita e faz referências a todos os outros livros, exceto Obadias e Naum, Esdras, Ester, Cântico dos Cânticos e Eclesiastes.
Josefo que foi contemporâneo do apóstolo Paulo, cujos escritos datam do ano 100 A.D., falando do seu povo, diz: “Nós temos apenas 22 livros, contendo a história de todo o tempo, livros em que “nós cremos”, ou segundo geralmente se diz, livros aceitos como divinos”, e o mesmo escritor exprime em termos bem fortes, afirmando a exclusiva autoridade destes escritos, e continua, dizendo: “Desde os dias de Artaxerxes até os nossos dias, todos os acontecimentos estão na verdade escritos; ma estes últimos registros não têm merecido igual crédito, como os anteriores, por causa de não mencionarem a sucessão exata dos profetas. Há uma prova prática do espírito em que tratamos as nossas Escrituras; apesar de ser tão grande o intervalo de tempo decorrido até hoje, ninguém se aventurou a acrescentar, a tirar, ou a alterar uma única sílaba; faz parte da natureza de cada judeu, desde o dia em que nasce, considerar estas Escrituras como ensinos de Deus; confiar nelas, e, se for necessário, dar alegremente a vida, em sua defesa”.

Josefo apresenta o conteúdo das Escrituras sob três divisões:
1. “Cinco livros pertencem a Moisés, e contêm as suas leis e as tradições sobre a origem da humanidade, até a sua morte.”
2. Desde a morte de Moisés até Artaxerxes, escreveram os profetas que viveram depois dele, os fatos de seu tempo, em treze livros.” Josefo acompanhou o arranjo feito nos livros da Escritura pelos tradutores de Alexandria. Os treze livros são provavelmente, Josué, Juizes com Rute, Samuel, Reis, Crônicas, Esdras com Neemias, Ester, Jó, Daniel, Isaias, Jeremias com as Lamentações, Ezequiel e os doze Profetas Menores.
3. Os quatro livros restantes, contêm hinos a Deus e preceitos de conduta para a vida humana. Sem dúvida ele se refere aos Salmos, ao Cântico dos Cânticos, aos Provérbios e ao Eclesiastes.

Havia uma tradição corrente, que o cânon fora arranjado no tempo de Esdras e de Neemias. Josefo, já citado, fala da crença universal de seus patrícios de que nenhum livro havia sido acrescentado desde o tempo de Artaxerxes, isto é, desde Esdras e Neemias.

Uma extravagante legenda do fim do primeiro século da era cristã deu curso a uma tradição de que Esdras havia restaurado a lei, é mesmo o Antigo Testamento inteiro por se haverem perdidos os exemplares guardados no Templo, Ne 14.21,22,40. Afirma a tal legenda que os judeus da Palestina, naquela época, reconheciam os livros canônicos, como sendo vinte e quatro.
Uma passagem de duvidosa autenticidade e de data incerta, talvez escrita 100 anos antes de Cristo em 2Macabeus 2.13, alude à atividade de Neemias em conexão à segunda e terceira divisão do cânon.
Ireneu transmite a tradição assim: “Depois que os sagrados escritos foram destruídos, no exílio, sob o domínio de Nabucodonosor, quando os judeus, depois de setenta anos, voltaram do cativeiro para a sua pátria, Ele (Deus) nos dias de Artaxerxes, inspirou a Esdras, o sacerdote, da tribo de Levi, para arranjar de novo todas as palavras dos profetas dos dias passados, e restaurar para uso do povo a legislação de Moisés.”
Elias, levita, escrevendo em 1588, fala da crença que o povo tinha, dizendo: “No tempo de Esdras os 24 livros ainda não estavam unidos em um volume. Esdras e seus associados fizeram deles um volume dividido em três partes, a lei, os profetas e a hagiógrafa.” Esta tradição contém verdades. Se pode ser aceita em todos os seus particulares, isso depende de determinar a data em que certo, livros foram escritos, tais como Neemias e Crônicas.

O Pentateuco, como trabalho de Moisés, compreendendo a incorporação das leis fundamentais da nação, formou uma divisão do cânon, e com direitos firmados na cronologia, ocupou o primeiro lugar na coleção dos livros.
A segunda divisão dos livros teve a designação de proféticos por serem escritos pelos seus autores assim chamados. Estes livros eram em número de oito, Josué, Juizes, Samuel, e Reis, denominados os primeiros profetas, e Isaias, Jeremias, Ezequiel e os doze profetas menores, denominados os últimos profetas.
O núcleo da terceira divisão é formado de seções de livros de Salmos e Provérbios.
Tinham duas feições distintas: eram essencialmente poéticos e os seus autores não eram oficialmente profetas. Atraíram para si todas as outras produções de literatura semelhante. A oração de Moisés no Salmo 90, não foi escrita por profeta, mas foi colocada nesta divisão dos livros da Escritura por ser produção poética. Pela mesma razão, as Lamentações de Jeremias, escritas por profeta, e sendo poesia, entraram na terceira divisão do cânon hebreu. Uma razão adicional existiu para separá-las de Jeremias, é que eram lidas por ocasião dos aniversários da destruição de ambos os templos, e por isso, foram postas com os quatro livros menores que eram lidos por ocasião de outros quatro aniversários, Cânticos, Rute, Eclesiastes e Ester, e formavam os cinco rolos, ou Megilloth. O livro de Daniel foi incluído nesta parte por ter sido escrito por homem que, posto dotado de espírito profético, não era oficialmente profeta. Com toda a probabilidade, as Crônicas foram escritas por um sacerdote e não profeta, e por esta razão, foram postas na terceira divisão do cânon.
Não sabemos por que estes livros se acham nesta divisão, quando é certo que alguns deles e partes deles que agora se acham nela, já existiam antes de Malaquias e Zacarias na segunda divisão.
É conveniente que se diga que, conquanto o conteúdo das diversas divisões do cânon permanecessem inalteráveis, a ordem dos livros da terceira divisão variou de tempos em tempos; e mesmo na segunda divisão o Talmude dá Isaias entre Ezequiel e os Profetas Menores. Esta ordem dos quatro livros proféticos, Jeremias, Ezequiel, Isaías, e os Profetas Menores, foi evidentemente determinada pelo tamanho, dando a prioridade aos de maior volume.
Logo no fim do primeiro século da nossa era, o direito de certos livros figurarem na terceira divisão do cânon, foi disputado. Não havia dúvida em pertencerem ao cânon. As discussões versaram sobre o conteúdo dos livros e sobre as dificuldades de harmonizá-los entre si. Estes debates, porém, eram meras exibições intelectuais. Não havia intenção de excluir do cânon qualquer destes livros, e sim tornar bem claro o direito que ele tinham aos lugares que ocupavam.
O cânon do Novo Testamento (N.T.):

A igreja apostólica recebeu da igreja judaica a crença em uma regra de fé escrita.
Cristo mesmo confirmou esta crença, apelando para o Antigo Testamento como a palavra de Deus escrita, Jo 5.37-47; Mt 5.17,18; Mc 12.36; Lc 16.31, instruindo os seus discípulos nela, Lc 24.45.
Os apóstolos habitualmente referem-se ao Antigo Testamento como autoridade, Rm 3.2,21; 1Co 4.6; Rm 15.4; 2Tm 3.15-17; 2Pe 1.21.

Em segundo lugar, os apóstolos baseavam o seu ensino, oral ou escrito na autoridade do Antigo Testamento, 1Co 2.7-13; 14.37; 1Ts 2.13; Ap 1.3, e ordenavam que seus escritos fossem lidos publicamente, 1Ts 5.27; Cl 4.16,17, 2Ts 2.15; 2Pe 1.15; 3.1-2, enquanto que as revelações dadas à Igreja pelos profetas Inspirados, eram consideradas como fazendo parte, juntamente com as instruções apostólicas, do fundamento da Igreja, Ef 2.20.

Era natural e lógico que a literatura do Novo Testamento fosse acrescentada à do Antigo, ampliando deste modo o cânon de fé. No próprio Novo Testamento se vê a intima relação entre ambos, 1Tm 5.18; 2Pe 3.1,2,16.
Nas épocas pós-apostólicas, os escritos procedentes dos apóstolos e tidos como tais, foram gradualmente colecionados em um segundo volume do cânon, até se completar o que se chama o Novo Testamento.
Porquanto, desde o princípio, todo livro destinado ao ensino da Igreja em geral, endossado pelos apóstolos, quer fosse escrito por algum deles, quer não, tinha direito a ser incluído no cânon, e constituía doutrina apostólica. Desde os primeiros três séculos da Igreja, era baseado neste principio que se ajuntavam os livros da segunda parte do cânon.

A coleção completa fez-se vagarosamente, por varias razões. Alguns dos livros só eram conhecidos como apostólicos em algumas Igrejas. Somente quando esses livros entraram no conhecimento do corpo cristão em todo o Império Romano, é que eles foram aceitos como de autoridade apostólica.
O processo adotado foi lento, por causa ainda do aparecimento de vários livros heréticos e escritos espúrios, com pretensões de autoridade apostólica.
Apesar da sua lentidão, os livros aceitos por qualquer igreja, eram considerados canônicos porque eram apostólicos. O ensino dos apóstolos era regra de fé, e lido nas reuniões do culto público.

Já no principio do segundo século, os escritos apostólicos eram chamados Escrituras. Os evangelhos segundo Marcos e Lucas entraram na Igreja pela autoridade de Pedro e Paulo, de que foram companheiros. Logo começaram os comentários a estes escritos, cuja fraseologia saturou a literatura da idade pós-apostólica.
São dignos de nota os seguintes fatos para explicar a rapidez com que a coleção dos Livros se estendeu a toda a Igreja.
Os quatro evangelhos entraram nas igrejas desde o principio do segundo século. A segunda epístola de Pedro, cap. 3.16, mostra-nos que as epistolas de Paulo já haviam formado uma coleção de escritos familiares aos leitores das cartas de Pedro.
Muito cedo aparecem as expressões “evangelho” e “apóstolos” designando as duas partes do novo volume. A evidência sobre a canonicidade dos Atos Apostólicos, leva-nos à primeira metade do segundo século. Alguns livros, é certo, sofreram contestações por parte de certos grupos de igrejas, mas serve para provar que tais livros entraram no cânon depois de evidentes provas de sua autenticidade.
Finalmente, vê-se que a Igreja da Síria, no segundo século, recebeu como canônicos todos os livros de que se compõe o atual Novo Testamento, exceto o Apocalipse, a epístola de Judas, a segunda de Pedro, a segunda e a terceira de João.
A Igreja Latina aceitou todos os livros, menos as epístolas de Pedro, a de Tiago, a terceira de João; a Igreja africana do norte aceitou todos os livros, exceto a epístola aos Hebreus, a segunda de Pedro e talvez a de Tiago. As coleções recebidas pelas mencionadas igrejas somente continham os livros que elas haviam recebido formalmente, como de autoridade apostólica, mas isto não prova a não existência de outros livros de igual procedência e autoridade.
Os restantes eram universalmente aceitos no curso do terceiro século, apesar de opiniões diferentes a respeito de alguns deles.
No decorrer dos tempos, e quando entramos na época dos concílios, o Novo Testamento aparece na lista dos livros canônicos como hoje o temos. No quarto século, dez dos padres da Igreja e dois concílios deixaram listas dos livros canônicos. Em três destas listam omitem o Apocalipse, contra o qual se levantaram objeções que desapareceram diante dos testemunhos abundantes em seu favor. As outras listas dão o Novo Testamento como hoje o temos. Em vista destes fatos, deduzimos:
1.Apesar de a formação do N. T. cm um volume ter sido morosa, nunca deixou de existir a crença de ser ele livro considerado como regra de fé primitiva e apostólica.
A história da formação do cânon do N. T. serve apenas para mostrar como se chegou gradualmente a conhecer os direitos que eles tinham para entrar no rol dos livros Inspirado..
2.As diferenças de opinião sobre quais os livros canônicos e sobre os graus de certeza em favor deles, vêem-se nos escritos e nas Igrejas do segundo século. Este fato, pois, mais uma vez vem afirmar o cuidado e o escrúpulo das Igrejas em receber livros como apostólicos sem evidentes provas. Do mesmo modo se procedeu com referência aos livros espúrios.
3.A prova em favor da canonicidade dos livros do Novo Testamento é a evidência histórica. Quanto a isto, o juízo da Igreja primitiva em favor dos nossos vinte e sete livros é digno de inteira fé, enquanto não for provado o contrário. Não os devemos aceitar como tais, só porque os concílios eclesiásticos os decretaram canônicos, nem por causa do que eles dizem. A questão versa só e unicamente sobre a sua evidencia histórica.
4.Finalmente se nota que a palavra cânon não se aplicou à coleção dos livros sagrados antes do quarto século. Não obstante, existia, a noção que representa, isto é, que os livros sagrados eram regra de fé, contendo a doutrina apostólica.
e- Deus e Homem

Para o judaísmo, a humanidade constitui uma grande família, toda ela oriunda de um só casal: Adão e Eva, ambos criados por Deus. A expressão hebraica para "ser humano", ou "gente", é ben adam, que significa "filho de Adão". Os rabinos dizem que Deus tomou o barro com que plasmou Adão de diversas partes do mundo, a fim de que o homem se sentisse em qualquer país como em seu lar.
O homem é imagem de Deus, e está dotado de liberdade. Se peca, pode obter o perdão divino com o arrependimento e a reparação do mal que causou. A recompensa ou o castigo têm lugar na vida terrena e depois da morte.
No final dos tempos a humanidade irá conhecer uma feliz era messiânica, em que todos os homens viverão em concórdia. Os mandamentos de Deus estão resumidos no Decálogo (os Dez Mandamentos) transmitido a Moisés, mas os adeptos de outras religiões se salvarão se observarem os mandamentos dados por Deus a Noé, que incluem o repúdio à idolatria e à imoralidade.


f- Salvação Vindoura

interpretação judaica do conceito de Messias.
A exegese cristã quanto ao papel messiânico de Jesus (Yeshua Ben Yosef, de seu nome hebraico, ver “Jesus, o Judeu”) diverge grandemente da interpretação judaica da Bíblia Hebraica (Antigo Testamento), em parte como resultado das alterações introduzidas na teologia cristã durante o crescendo de influência política da Igreja no reinado do imperador Constantino, que culminariam no Credo decretado pelo Concílio de Niceia, no ano 325 da Era Comum (que instituiu igualmente outra cisão profunda com o judaísmo: a doutrina trinitária).
Mas primeiro convém definir a palavra original para nos podermos aperceber das diferenças fundamentais entre uma e outra visão. Messias é uma tradução da palavra hebraica moshiach, משיח (em hebraico pronunciado mochiárr), que aparece cerca de 150 vezes na Bíblia Judaica, embora o seu contexto seja invariavelmente contrastante com a visão que lhe é atribuída pelos cristãos.
A palavra משיח significa literalmente “ungido”, numa referência ao acto de “ungir” com óleo (azeite) a cabeça de reis, sacerdotes e mesmo objectos de culto, de forma a iniciá-los ao serviço de Deus. (ver Exodus 29:7, I Reis 1:39 e II Reis 9:3).
Por esta razão existem inúmeros messias na Bíblia Hebraica, uma vez que todos os reis e sacerdotes nela mencionados foram “ungidos” e, como tal, podem ser referidos individualmente como “o ungido” (moshiach - משיח ) – em II Samuel 23:1 lê-se: “E estas são as últimas palavras de David: Diz David, filho de Jessé, e diz o homem que foi levantado em alturas, o ungido [משיח no original hebraico] do Deus de Jacob, e o suave em salmos de Israel.”
Na versão deste versículo na Vulgata Latina é utilizada a palavra christo, de origem grega, que mais tarde seria aplicada exclusivamente a Jesus: “Haec autem sunt verba novissima quae dixit David filius Isai dixit vir cui constitutum est de christo Dei Iacob egregius psalta Israhel”. (Para uma comparação com os originais hebraicos ver também I Samuel 26:11, II Samuel 22:51, Isaías 45:1 e Salmos 20:6.)
A figura de um messias que “há-de vir”, “Ha’Mashiach” (literalmente O Messias), curiosamente, não aparece na Torá propriamente dita, pelo que não poderá nunca ser considerado um princípio central e norteador do judaísmo – isto apesar do messianismo existir em vertentes que examinaremos mais à frente.
A concepção judaica do Messias (“Ha’Mashiach”), surge como tema estrutural de promessas proféticas de uma era futura de perfeição e paz universal. Muitas destas passagens referem-se ao messias como um rei temporal que governará Israel, descendendo directamente da casa de David (Ha’Mashiach Ben David). (ver Isaías 11:1 a 9 e Oséas 3:4 e 5). Na prática, e segundo os profetas, o Messias será um homem normal, um judeu, filho de um homem e de uma mulher, que ascenderá “ao trono de Israel”, conduzindo a Nação e o Mundo numa era de paz e prosperidade universais, marcada pelo fim das guerras e da intolerância, durante a qual todos os povos coexistirão de forma pacífica.
O corte entre as visões judaica e cristã assume-se aqui de forma reforçada. Os judeus crêem que não há “segundas chances” na era messiânica (Olam Ha’Ba, literalmente “o mundo que há-de vir”), e que esta começará assim que o Messias for revelado. Na sua concepção judaica, o Messias também não é e não pode ser objecto de veneração ou adoração.
Quando no post sobre o “credo” do judaísmo referi que “os judeus não estão à espera da vinda de alguém” (reforçando a parte da “espera”) a intenção era transmitir que no conceito judaico de Messias não está implícita qualquer salvação ou expiação, uma vez que cada indivíduo é responsável pela correcção das suas próprias imperfeições e erros. Olam Ha’Ba poderá ser, se quisermos, o “fim dos tempos”, mas para lá se poder chegar, os judeus acreditam na necessidade de um papel activo na evolução espiritual e individual do conjunto da Humanidade (ver pontos 3 e 4 do “Credo do Judaísmo”). uma qualidade imensamente rara e por isso extraordinária.
Através da História, e em grande medida devido à condição de perseguição permanente, e consequente desespero, em que viveram as comunidades judaicas espalhadas pelo mundo, surgiram aqui e além homens que chegaram a ser vistos como messias, não porque prometiam uma qualquer “salvação da alma”, mas porque os profetas do judaísmo profetizaram um líder temporal que traria a paz e o fim dos males terrenos, em conjugação com a recta final do processo de “retorno ao Criador” – entre estes contam-se Simon Bar Kochba e Shabbetai Zevi, os mais conhecidos.
Em Portugal, nos finais do século XV, os cristãos-novos (e cripto-judeus) Luís Dias, alfaiate de Setúbal, e Gonçalo Anes (o Bandarra), sapateiro de Trancoso, conheceram os cárceres da Inquisição (e as suas fogueiras, no caso do alfaiate) por serem apontados como “Messias”, e misturarem em trovas e profecias as aspirações do messianismo judaico com o patriotismo sebastianista, também ele intrinsecamente messiânico. Aqui, D. Sebastião, ele sim um rei, representava para os cristãos-novos portugueses a perfeita encarnação messiânica do monarca temporal que prometia o judaísmo – ao qual foram obrigados a abjurar publicamente mas continuavam a manter em segredo.

4) Resuma as palavras das págs. 187 a 241, ressaltando 3 pontos:

a- O Império Romano sob domínio dos Césares.
O surgimento do Império veio como consequência do esforço de expansão crescente de Roma durante os séculos III e II a.C.. Segundo alguns historiadores, a população sob o domínio de Roma aumentou de 4 milhões em 250 a.C. para 60 milhões em 30 a.C., o que ilustra como Roma teve o seu poder ampliado nesse período, de 1.5% da população mundial, para 25%.
Nos últimos anos do século II a.C., Gaius Marius transformou o Legião romana num exército profissional, no qual a lealdade dos soldados de uma legião era declarada ao general que a liderava e não à sua pátria. Este facto, combinado com as numerosas guerras que Roma travou nos finais da República (Invasão dos Cimbros e Teutões, Guerras contra Mitridates, rei do Ponto, entre outras, a culminar nas guerras civis do tempo de César e Augusto) favoreceu o surgimento de uma série de líderes militares (Sulla, Pompeu, Júlio César), que, apercebendo-se da força à sua disposição, começam a utilizá-la como meio de obter ou reforçar o seu poder político.
As instituições republicanas encontravam-se em crise desde o princípio do século I a.C., quando Lucius Cornelius Sulla quebrou todas as regras constitucionais ao tomar a cidade de Roma com o seu exército, em 82 a.C., para se tornar ditador vitalício de seguida. Sulla resignou e devolveu o poder ao senado romano, mas no entanto o precedente estava lançado.
Júlio César (100-44 a.C.)
Esta série de acontecimentos culminou no Primeiro Triunvirato, um acordo secreto entre César, Pompeu e Crasso. Tendo este sido desfeito após a derrota de Crasso em Carrhae (53 a.C.), restavam dois líderes influentes, César e Pompeu; estando Pompeu no lado do Senado, este declara César inimigo de Roma, ao que César respondeu, atravessando o Rubicão e iniciando a Guerra Civil. Tendo vencido Pompeu em Farsalia (Agosto 48 a.C.) e as restantes forças opositoras em Munda (45 a.C.), tornou-se efectivamente a primeira pessoa a governar unipessoalmente Roma, desde o tempo da Monarquia. O seu assassinato pouco tempo depois (Março 44 a.C.), às mãos dos conspiradores liderados por Brutus e Cássio, terminou esta primeira experiência de governo unipessoal do estado romano.
Por esta altura, já a República tinha sido decisivamente abalada, e após a derrota final dos conspiradores, o surgimento do Segundo Triunvirato, entre Octávio, Marco António e Lépido, e a sua destruição na Guerra Civil seguinte, culminando na decisiva Batalha de Actium (31 a.C.), deixou Octávio como a única pessoacom poder para governar individualmente Roma, tornando-se efectivamente no primeiro imperador romano, fundando uma dinastia (Júlio-Claudiana) que só a morte de Nero (68 d.C.) viria a terminar.
Uma vez que o primeiro imperador, César Augusto, sempre recusou admitir-se como tal, é difícil determinar o momento em que o Império Romano começou. Por conveniência, coloca-se o fim da República em 27 a.C., data em que César Augusto adquire este cognome e em que começa, oficialmente, a governar sem parceiros. Outra corrente de historiadores coloca o princípio do Império em 14 d.C., ano da morte de Augusto e da sua sucessão por Tibério.
Augusto (63 a.C.-14 d.C.)
Nos meios acadêmicos, discutiu-se bastante a razão pela qual a sociedade romana, habituada a cerca de cinco séculos de república, aceitou a passagem a um regime monárquico sucessório. A resposta centra-se no estado endêmico de guerra civil que se vivia nos anos prévios a Augusto e no longo reinado de quarenta e cinco anos que se seguiu, notável pela paz interna. Com a esperança de vida média em cerca de quarenta e cinco anos, à data da morte de Augusto, o cidadão romano médio não conhecia outra forma de governação e estava já preparado para aceitar um sucessor.
O reinado de César Augusto é considerado por todos os historiadores como um período de prosperidade e expansão. A nova estrutura política criada por Augusto designa-se por "principado", sendo o chefe do império designado por princeps civium (o primeiro dos cidadãos) e ao mesmo tempo princeps senatus (o primeiro do Senado). O termo princeps está na origem da palavra príncipe, que não era o título do chefe do Estado. O título era "César" e foi este que Augusto e seus sucessores adoptaram.
Augusto era também comandante-chefe do exército e decidia a guerra ou a paz e auto-nomeou-se "tribuno por toda a vida". Augusto, que não era especialmente dotado para a estratégia, mas tinha bons generais como Agripa na sua confiança, anexou oficialmente o Egipto, que já estava sob domínio romano havia 40 anos, toda a península Ibérica, a Panónia, a Judeia, a Germânia Inferior e Superior e colocou as fronteiras do Império nos rios Danúbio e Reno, onde permaneceram por 400 anos.
O império que Augusto recebeu era vasto e heterogêneo, com várias línguas e vários povos. O grego era a língua mais falada nos territórios orientais, e o latim progredia pouco nestes territórios, mas nos territórios ocidentais era a língua mais falada. Augusto passou a tratar todos os habitantes do império como iguais e visitou várias zonas para verificar quais os problemas de cada província, assim estas floresceram e atingiram o máximo do seu desenvolvimento.
b- A Situação social do Império Romano no século I d.C.

A Organização Social
Estava dividida em patrícios, plebeus, clientes e escravos.
Roma antes do Império
Os antigos povos que habitavam a região do Lácio, nas proximidades de Roma, desenvolveram uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris. A sociedade, nesta época, era formada por patrícios (nobres proprietários de terras) e plebeus (comerciantes, artesãos e pequenos proprietários). O sistema político era a monarquia: a cidade era governada por um rei, originalmente de origem latina, porém os últimos reis do período monárquico foram de origem etrusca.
Os romanos deste período eram politeístas, venerando deuses semelhantes aos dos gregos (embora com nomes diferentes). Os gregos também influenciavam, juntamente com os etruscos, as primeiras formas de arte realizadas pelos romanos deste período.
c- O culto ao imperador.
Quando morre Herodes Agripa I (44 d.C.), os romanos não quiseram entregar logo o governo para seu filho Agripa II que é apenas um garoto de 17 anos e vive em Roma. O país é governado, então, pelos procuradores.
Mas em 48 d.C. Agripa II recebe o governo de Cálcis, território antes dirigido por seu tio. Em 52 d.C. Agripa recebe também a antiga tetrarquia de Felipe e partes da Galiléia e da Peréia. Já antes, em 49 d.C., ele havia sido nomeado Inspetor do Templo, com direito de designar o sumo sacerdote, embora a Judéia continue governada por procuradores romanos. Agripa II é o último governante da família herodiana. Quando Jerusalém é destruída em 70 d.C., ele muda-se para Roma, onde morre após o ano 93 d.C.
Agripa II vive incestuosamente, dizem, com sua irmã Berenice e não é bem visto pelos judeus, especialmente pelos sacerdotes, graças às mudanças arbitrárias de sumos sacerdotes que sempre fez. Teve pouca influência sobre a comunidade judaica.
É diante de Agripa II e Berenice que Paulo comparece, quando prisioneiro em Cesaréia, segundo At 25,23-26,3.
A crescente revolta judaica contra a ocupação romana é, com freqüência, atribuída ao sempre vivo espírito nacionalista judaico e à sua imorredoura fé na libertação messiânica, mas historicamente é condicionada e ocasionada pela inabilidade dos procuradores e até mesmo de alguns Imperadores.
Vimos como Pilatos cometera arbitrariedades sem conta, muitas delas com o deliberado propósito de irritar os judeus, julgados totalmente impotentes frente ao poderio romano.
E esta atitude prepotente não pára com Pilatos, que afinal é punido pelo que fizera, sendo destituído por Tibério e chamado a Roma, onde tem que se explicar.
O Imperador seguinte, Calígula, proclama-se deus e obriga todas as províncias, inclusive a Judéia, a cultuá-lo, oferecendo-lhe sacrifícios. Quando os judeus se recusam a cultuá-lo, são perseguidos tanto na diáspora (em Alexandria, por exemplo) como na Judéia e demais províncias.
Calígula chega a exigir que uma estátua do Imperador seja colocada no Templo, contra todo o bom senso. Petrônio, legado da Síria, tenta demover o Imperador de seus propósitos: é condenado à morte, ou seja, recebe ordem do Imperador para se suicidar. Só que assassinam Calígula em 41 d.C., e Cláudio, seu sucessor, dispensa os judeus do culto ao Imperador, salvando também a vida de Petrônio.

5) Após ler das págs 211 a 241, Explique com suas palavras, o que significa para o mundo do Novo testamento falar de:

a- Deus Gregos e Romanos
A mitologia grega é bastante rica em termos de contos e explicações da origem do mundo, a tudo atribuindo os poderes dos deuses gregos, que segundo a crença geral, moravam no Monte Olimpo.
Dizem as lendas gregas que, no princípio, havia somente o grande Caos, do qual surgiram os Velhos Deuses, ou Titãs, dirigidos pelo deus Cronos (Tempo). Zeus era um filho de Cronos e chefiou a rebelião da nova geração dos deuses - chamados Deuses Olímpicos - que dominaram a Grécia em toda a sua época clássica. Os principais deuses olímpicos são:
Zeus
É o deus principal, governante do Monte Olimpo. Rei dos deuses e dos homens, era o sexto filho de Cronos. Como seus irmãos, deveria ser comido pelo pai, mas a mãe deu uma beberagem a Cronos e este vomitou novamente o filho; este e seus irmãos, também vomitados na mesma hora, uniram-se contra o pai, roubaram os raios e venceram a batalha. Os raios, fabricados pelo deus Hefaistos, eram o símbolo de Zeus.
Zeus para os gregos e Júpiter para os romanos.
Palas Atena ou Atenéia
Deusa virgem, padroeira das artes domésticas, da sabedoria e da guerra. Palas nasceu já adulta, na ocasião em que Zeus teve uma forte dor de cabeça e mandou que Hefaistos, o deus ferreiro, lhe desse uma machadada na fronte; daí saiu Palas Atena. Sob a proteção dessa deusa floresceu Atenas, em sua época áurea. Dizia-se que ganhou a devoção dos atenienses quando presenteou a humanidade com a oliveira, árvore principal da Grécia.
Palas para os gregos e Minerva para os romanos.
Apolo
Deus do sol e patrono da verdade, da música, da medicina e pai da profecia. Filho de Zeus, fundou o oráculo de Delfos, que dava conselhos aos gregos através da Pitonisa, sacerdotiza de Apolo que entrava em transe devido aos vapores vindos das profundezas da terra.
Apolo para os gregos
Ártemis
A Diana dos romanos, era a deusa-virgem da lua, irmã gêmea de Apolo, poderosa caçadora e protetora das cidades, dos animais e das mulheres. Na Ilíada de Homero, desempenhou importante papel na Guerra de Tróia, ao lado dos troianos.
Ártemis para os gregos e Diana para os romanos.
Afrodite
Deusa do amor e da beleza, era esposa de Hefaistos e amante de Ares, a quem deu vários filhos (entre eles Fobos = Medo, e Demos = Terror). Afrodite era também mãe de Eros.
Afrodite para os gregos e Vênus para os romanos.
Hera
Esposa de Zeus, protetora do casamento, das mulheres casadas, das crianças e dos lares. Era também irmã de Zeus, uma das filhas vomitada por Cronos.
Hera para os gregos e Juno para os romanos.
Démeter
Era a deusa das colheitas, dispensadora dos cereais e dos frutos. Quando Hades, deus do inferno, levou sua filha Perséfone como sua esposa, negou seus poderes à terra, e esta parou de produzir alimentos; a solução de Zeus foi que Perséfone passaria um terço do ano no inferno, com seu marido, e o restante do tempo com sua mãe, no Olimpo. Dessa forma, Démeter abrandou sua ira e tornou a florescer nas colheitas.
Démeter para os gregos e Ceres para os romanos.
Hermes
Filho de Zeus e mensageiro dos mortais, era também protetor dos rebanhos e do gado, dos ladrões, era guardião dos viajantes e protetor dos oradores e escritores.
Hermes para os gregos e Mercúrio para os romanos.
Poseidon
É o deus do mar e dos terremotos, foi quem deu os cavalos para os homens. Apesar disso, era considerado um deus traiçoeiro, pois os gregos não confiavam nos caprichos do mar.
Poseidon para os gregos e Netuno para os romanos.
Dionísio
Era o deus do vinho e da fertilidade. Filho de Zeus e uma mortal, foi alvo do ciúme de Hera, que matou sua mãe e transtornou o seu juízo. Assim, Dionísio vagueava pela terra, rodeado de sátiros e mênades. Era o símbolo da vida dissoluta.
Dionísio para os gregos e Baco para os romanos.
Ares
O deus guerreiro por excelência. Seu símbolo era o abutre. Seus pais, Zeus e Hera, detestavam-no, mas era protegido por Hades, pois povoava o inferno com as numerosas guerras que provocava. Sua vida estava longe de ser exemplar - foi surpreendido em adultério com Afrodite, esposa de Hefaistos, que os prendeu em fina rede; foi ferido por três vezes por Héracles (Hércules). Era muito respeitado pelos gregos por sua força e temperamento agressivo.
Ares para os gregos e Marte para os romanos.
Hefaistos ou Hefesto
Deus ferreiro, do fogo e dos artífices. Filho de Zeus e Hera, foi lançado do Olimpo por sua mãe, desgostosa por ter um filho coxo. Refugiou-se nas profundezas da terra, aprendendo com perfeição o ofício de ferreiro. De suas forjas saíram muitas maravilhas, inclusive a primeira mulher mortal, Pandora, que recebeu vida dos deuses. Construiu no Olimpo um magnífico palácio de bronze para si próprio, e era estimado em Atenas. Para compensá-lo de sua feiúra, seu pai deu-lhe por esposa Afrodite, a deusa da beleza. Era artesão dos raios de Zeus.
Hefaistos para os gregos e Vulcano para os romanos.
Além desses deuses, que junto a muitos outros pululavam no Olimpo, havia heróis (filhos de deusas ou deuses com mortais), semideuses, faunos, sátiros e uma infinidade de entidades mitológicas que explicavam por lendas todos os fenômenos da natureza. Entre os heróis mais populares, podemos citar:
Io - amada por Zeus, que a transformou em novilha para escondê-la da ciumenta Hera.
Deucalião e Pirra - únicos sobreviventes do dilúvio que Zeus mandou ao mundo pervertido.
Héracles - ou Hércules, autor dos famosos Doze Trabalhos; era filho de Zeus e da moratal Alcmena.
Édipo - que matou a esfinge e casou-se com sua própria mãe.
Perseu - que matou a Medusa, uma das Górgonas, e libertou a princesa Andrômeda da serpente marinha.
Cadmo - que matou um dragão e no local fundou a cidade de Tebas.
Europa - irmã de Cadmo, foi amada por Zeus que lhe apareceu sob a forma de um touro e, em suas costas, atravessou o mar.
Jasão - chefe dos Argonautas, equipe de heróis - Héracles, Orfeu, Castor e Pólux, e outros - que navegou no navio "Argos" em busca do Velocino de Ouro.
Teseu - que penetrou o labirinto de Creta e matou o Minotauro, acabando por unificar a Ática.
Atalanta - mulher aventurosa que se casou com o ardiloso Hipomenes.
Belerofonte - que matou o monstro Quimera e domou o cavalo alado, Pégaso.
Os heróis de Tróia -Aquiles, Heitor, Ájax, Agaménon, Ulisses - autor da idéia do cavalo de Tróia - e outros.
b- A religiosidade popular e a idéia do destino

A insatisfação social que predominou do século VIII ao VI a.C. levou a revoltas políticas e à propagação de uma religiosidade popular de caráter profundamente emocional. Desenvolveram-se nesse período os mistérios de Elêusis, em torno de Deméter, símbolo da vida que renasce na primavera, e o oráculo de Apolo, em Delfos, transformou-se no centro espiritual da Grécia. Período clássico. O início da filosofia grega, no século VI a.C., trouxe uma reflexão sobre as crenças e mitos do povo grego. Alguns pensadores, como Heráclito, os sofistas e Aristófanes, encontraram na mitologia motivo de ironia e zombaria. Outros, como Platão e Aristóteles, prescindiram dos deuses do Olimpo para desenvolver uma idéia filosoficamente depurada sobre a divindade. Enquanto isso, o culto público, a religião oficial, alcançava seu momento mais glorioso, em que teve como símbolo o Pártenon ateniense, mandado construir por Péricles. A religiosidade popular evidenciava-se nos festejos tradicionais, em geral de origem camponesa, ainda que remoçada com novos nomes. Os camponeses cultuavam Pã, deus dos rebanhos, cuja
flauta mágica os pastores tentavam imitar; as ninfas, que protegiam suas casas; e as nereidas, divindades marinhas. Período helenístico e greco-romano. As conquistas de Alexandre o Grande facilitaram o intercâmbio entre as respectivas mitologias, de vencedores e vencidos, ainda que fossem influências de caráter mais cultural que autenticamente religioso. Assim é que foram incorporadas à religião helênica a deusa frígia Cibele e os deuses egípcios Ísis e Serápis. Pode-se dizer que o sincretismo, ou fusão pacífica das diversas religiões, foi a característica dominante do período helenístico. Crenças religiosas. Os deuses gregos se distinguiam dos homens por serem imortais. Regiam os fenômenos naturais e sociais e não se identificavam com a natureza. Zeus comandava os fenômenos atmosféricos e os deuses do Olimpo. Sua esposa, Hera, protegia os casamentos. Dois irmãos de Zeus, Hades e Posêidon, eram encarregados respectivamente do mundo do além e dos mares. Outra irmã, Deméter, era a deusa da colheita. Dos filhos de Zeus, Atena representava a coragem e a sabedoria; Apolo, tipo ideal do jovem herói, dirigia a carruagem do Sol e tinha numerosos poderes; seu filho Asclépio era adorado como deus da medicina; Marte

c- As religiões de mistério
No aspecto religioso, as religiões eram nacionais e muito pouco havia de decisão ou ligação pessoal. Por isso as religiões de mistério e o cristianismo exerceram grande atração. Os mitos religiosos da história greco-romana haviam perdidos quase toda sua vitalidade embora a forma de culto ainda era mantida. O culto imperial surgiu como público reconhecimento oficial das qualidades superiores encarnadas na mente e coração da cidade e seu governante. Exprimiu-se em veneração do imperador vivo e deificação do imperador morto. O culto de Júlio César deificado foi devidamente autorizado pelo senado em 42 a.C. após a vitória dele na guerra civil. As religiões aprovadas pelo colégio pontífico correspondiam só a uma norma: a manuntenção da paz dos deuses. E para isto qualquer um serviria enquanto é sentido ser politicamente expediente, isto é, preservava a ordem social.
As religiões de mistério, de origem grega, exerceram grande atração nas massas: orfismo, mitraismo, culto de Isis, etc. Elas tinham semelhança superficial com o cristianismo.
d- A filosofia popular

A filosofia greco-romana foi a maneira com que os antigos gregos e romanos sistematizaram, nos últimos cinco séculos antes de Cristo, uma forma de conhecimento, um modo de reflexão ou uma teoria da realidade. Esta filosofia pode ser ser classificada em dois períodos: o cosmológico e o antropológico clássico.

A filosofia, como ciência e atividade humana, no início foi produzida por homens situados em determinados momentos históricos. Nas cidades gregas, aos poucos, a filosofia vai ganhando sua identidade e tomando diferentes funções sociais. A Grécia, após ter passado pela era primitiva, tribal, e pelo período político denominado pólis, que significa cidades-estados, alcançou sua autonomia e independência; Atenas se sobressai economicamente e consegue elevar a Grécia no âmbito político e cultural.
Segundo J.P. Vernant, há uma relação entre os surgimentos da filosofia e da pólis. Enquanto na mitologia a filosofia significa o "saber" da Grécia rural, de tradição oral, esparsa e popular, com a instituição da pólis essa filosofia se traduz em uma nova ideologia, uma visão melhor do mundo, mais racional e organizada.
Os filósofos deste período, a começar com os sofistas, criaram uma nova temática para a filosofia: O homem. A filosofia muda de espaço geográfico, das colônias jônias para o centro cultural da Grécia, e esta mudança acarreta também a variação do objeto de pesquisa: muda-se de natureza para o homem. Há uma mudança de discurso: o discurso cosmológico e materialista passa a dar lugar a um discurso moral e político, pois na "pólis" a convivência humana precisa ser fundamentada, bem como será preciso um modelo de enquadramento social efetivo: a "paidéia", o ideal educativo. O período antropológico, com os sofistas Sócrates, Platão e Aristóteles coincide com o apogeu da democracia.


6) Explique com suas palavras o que foi o Gnosticismo ? tendo como base a leitura das págs 243 a 266.
Gnosticismo designa o movimento histórico e religioso cristão que floresceu durante os séculos II e III, cujas bases filosóficas eram as da antiga Gnose (palavra grega que significa conhecimento), com influências do neoplatonismo e dos pitagóricos. Este movimento revindicava a posse de conhecimentos secretos (a "gnose apócrifa", em grego) que, segundo eles, os tornava diferentes dos cristãos alheios a este conhecimento. Originou-se provavelmente na Ásia menor, e tem como base as filosofias pagãs, que floresciam na Babilônia, Egito, Síria e Grécia. O gnosticismo combinava alguns elementos da Astrologia e mistérios das religiões gregas, como os mistérios de Elêusis, com as doutrinas do Cristianismo. Em seu sentido mais abrangente, o Gnosticismo significa "a crença na Salvação pelo Conhecimento" (Joan O'Grady).
Doutrina gnóstica
O gnosticismo tornou-se forte influência na Igreja primitiva levando muitos cristãos da época como Marcião (160 d. C.) e Valentim de Alexandria a ensinar sobre a cosmovisão dualista, a qual a uma visão leiga aparenta ser a premissa básica do movimento. Efetivamente, para os gnósticos, existem dois deuses: o deus criador imperfeito, que eles associam ao Jeová do Velho Testamento e outro, bom, associado ao Novo Testamento. O primeiro criou o mundo com imperfeição, e desta imperfeição é que se origina o sofrimento humano, tendo a humanidade sido aprisionada neste mundo pelo mesmo. Mas a essência humana seria oriunda de uma "centelha divina" que perpassa todo o cosmos mesmo sem nele se situar, e o deus bom teve pena e lhes deu a capacidade de despertar deste mundo de ilusões e imperfeição.
O pré-requisito essencial da filosofia gnóstica é o postulado da existência de uma "entidade imortal", que não é parte deste mundo, que pode ser chamado de Deus interno, Ser imortal, divina essência, etc. que existe em todos os homens e é a sua única parte imortal. Os gnósticos consideram que o estado do homem neste mundo é "anti-natural", pois ele está submetido a todo tipo de sofrimentos. Para eles, é necessário que o homem se liberte deste sofrimento, e isto só pode ocorrer pelo conhecimento.
Os gnósticos, de um modo geral, acreditam que o Universo manifestado principia com emanações do Absoluto, seres finitos chamados de Æons que se reúnem no Pleroma. No princípio tudo era Uno com o Absoluto, então em um determinado momento, emanaram do Absoluto estes æons (éons), formando o pleroma. O pleroma dos gnósticos é um plano arquetípico, abaixo do qual está o plano material, manifestado. Assim, o que antes era Uno e vivia no pleroma, se despedaça em partes. Este estado de infelicidade, pela descida no pleroma (e separação do Todo Uno), é o que ocasiona o sofrimento do homem neste mundo.
Um dos éons (Sophia) deu à luz o Demiurgo (artesão em grego), que criou o mundo material "mau", juntamente com todos os elementos orgânicos e inorgânicos que o constituem. Os gnósticos ensinavam que a salvação vem por meio de um desses éons, geralmente apresentado como o décimo terceiro éon (identificado com o Cristo), distinto dos doze éons que regem o mundo decaído.
Segundo a doutrina, Cristo se esgueirou através dos poderes das trevas para transmitir o conhecimento secreto (gnosis) e libertar os espíritos da luz, cativos no mundo material terreno, para conduzi-los ao mundo espiritual mais elevado. Segundo algumas linhas gnósticas, Cristo não veio em carne e nunca assumiu um corpo físico, nem foi sujeito à fraqueza e às emoções humanas, embora parecesse ser um homem, enquanto a principal linha de gnosticismo cristão, a Valentiniana defende a tese próxima do nestorianismo doutrina cristã, nascida no Século V, segundo a qual há em Jesus Cristo duas pessoas distintas, uma humana e outra divina, sendo Cristos (o ungido) o éon celestial que a um tempo se une a Jesus. Alguns historiadores afirmam que o apóstolo João se refere a esse assunto quando enfatiza que "o Verbo se fez carne" (Jo l .14) e em sua primeira epístola que "todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus..." (l Jo 4.3). Os escritos joaninos são do final do primeiro século, quando nasceu o gnosticismo. No entanto, muitas comunidades gnósticas tinham o Evangelho de João em alta conta, o que contraria esta tese.
Para que o homem possa se libertar dos sofrimentos deste mundo, segundo os gnósticos, ele deve retornar ao Todo Uno, por ascensão ao pleroma, e isto só pode ser alcançado pelo Conhecimento Verdadeiro (representado pela Gnose). Este despertar só pode ocorrer se o homem se descobre, "conhecendo-se a si próprio".
Gnose, tem por origem etimológica o termo grego "gnosis", que significa "conhecimento". Mas não um conhecimento racional, científico, filosófico, teórico e empírico (a "episteme" dos gregos), mas de caráter intuitivo e transcendental; "Sabedoria". É usada para designar um conhecimento profundo e superior do mundo e do homem, que dá sentido à vida humana, que a torna plena de significado porque permite o encontro do homem com sua Essência Eterna, maravilhosa e Crística, pela via do coração. É uma realidade vivente sempre ativa, que apenas é compreendida quando experimentada e vivenciada. Assim sendo jamais pode ser assimilada de forma abstrata, intelectual e discursiva.

sábado, 18 de abril de 2009

Jesus muito mais que Amigo



Há algum tempo não tenho trazido uma mensagem a respeito do reino de Cristo. Infelizmente o nosso tempo nesta terra é muito corrido, e temos tempo para quase tudo, menos para falar de nosso amigo mais querido.

E Quem é nosso maior amigo querido senão Jesus. Porque ? Simples que amigo daria a sua vida, por outro que não merecesse ? Pois é Jesus, fez exatamente isso, deu a sua vida por nós sendo nós ainda pecadores.

Ele nos amou, e não exigiu nada em troca. Simplesmente se deu por amor a nós. Talvez você se pergunte, e como posso retribuir a este amigo, tão maravilhoso. Simples, dê a sua vida a Ele, assim como Ele se deu por ti. Mas então terei que morrer ??? Não, não, não é bem assim, dar a vida par Cristo é se entregar pela causa Dele, e a causa Dele nos dá vida, e não a tira.

Mas como se aceita este Jesus, e se entrega para Ele ?? Faça uma oração entregando a Ele a sua Alma, procure uma Igreja que professe o nome Dele, para que você possa estar ouvindo falar muito mais sobre Ele, pois a fé vem pelo ouvir e ouvir a palavra de Deus.

Deus te Abençoe

Airton da Hora

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